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Agência de viagens suspeita de aplicar golpes em centenas de clientes volta a operar em Goiânia

Suspeita de aplicar golpes em centenas de clientes, a agência de viagens LonTour voltou a funcionar nesta terça-feira (16) em Goiânia. Os proprietários alegam que precisam trabalhar para poder pagar as pessoas que foram lesadas e cumprir com o plano de recuperação judicial. Os prejuízos somaram cerca de R$ 4 milhões.

“Nós já marcamos com os clientes, já tem uma lista de agendamentos, e esse atendimento começa já no dia de amanhã. A ideia é essa: recuperar a empresa para que seja viável a devolução desses valores a esses clientes”, explicou Rodrigo Rodrigues, dono da empresa.

A empresa foi reaberta em outro local, na Avenida T-9, no Jardim América. O empresário garante que não há riscos para os clientes.

“Agora, ele vai receber o bilhete aéreo já no ato da assinatura do contrato, ida e volta, e a garantia do fornecedor, que ele pode até ligar e confirmar se existe ou não essa reserva e se está tudo certo para ele poder viajar, se hospedar, se alimentar , sem nenhum problema”, detalha Rodrigues.

O documento prevê o pagamento à vista, em julho, para todos os clientes que tiverem até R$ 4 mil reais pra receber. Acima deste valor, a dívida será parcelada em até 36 meses.

Rodrigo Rodrigues e Giovanna Augusta Fernandes foram indiciados por estelionato (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Rodrigo Rodrigues e Giovanna Augusta Fernandes foram indiciados por estelionato (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Antiga sede da LonTour mudou de local Setor Sul (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

A primeira pessoa a ser recebida na empresa foi a aposentada Maria de Jesus Araújo. Ela era uma das clientes que tinham compro uma excursão e ficou no prejuízo. Ao todo, o grupo teve um prejuízo de R$ 60 mil.

“Eu saí esperançosa porque vi no casal sinceridade, todo mundo passa por dificuldade. Sou responsável por muita gente que eu convidei, umas 40 pessoas, não só de Goiânia como do interior e do Brasil”, disse Maria.

Plano de recuperação

Os consumidores lesados pela agência começaram a denunciar a empresa em julho de 2017, quando a empresa fechou as portas. Logo depois, a empresa iniciou o plano de recuperação judicial, que deve ser publicado nos próximos dias no Diário Oficial de Goiânia. Depois, caso algum cliente não concorde com os critérios apresentados, os consumidores têm 30 dias para a contestação.

O documento prevê o pagamento à vista, em julho, para todos os clientes que tiverem até R$ 4 mil reais pra receber. Acima deste valor, a dívida será parcelada em até 36 meses.

Ainda de acordo com a proposta, o cliente lesado pode usar até 30% do que tem a receber pra fazer uma viagem, que deve ser marcada a partir de julho. “Tem alguns clientes que já se mostraram aptos a querer a viagem. A gente vai apresentar esses planos pra esses clientes. Se eles optarem por receber o dinheiro, ou parte em viagem, ou parte em dinheiro, vai depender de cada um”, avalia Rodrigues.

O Procon informou que conseguiu acordos com 65% dos clientes da Lontour que tinham viagens futuras. Segundo o órgão, eles conseguiram cancelar cobranças e receber de volta o que foi pago para operadoras de cartões de crédito.

Indiciamento e denúncia

Os empresários Rodrigo Rodrigues e Giovanna Augusta Fernandes, donos da agência de turismo, foram indiciados por estelionato. De acordo com a Polícia Civil, ficou comprovado durante a investigação, que o casal celebrou novos contratos cientes da situação financeira precária da empresa, e “utilizando de má fé” para com os consumidores.

Logo depois, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) entrou com uma ação civil pública contra a agência com o objetivo de garantir o ressarcimento dos consumidores lesados. A promotoria também pede, entre outros pontos, o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 2,8 milhões.

Responsável pela ação, a promotora de Justiça Ariane Patrícia Gonçalves também acreditava que a empresa tinha o interesse de fraudar os clientes. “A recuperação judicial foi uma forma de camuflar a fraude. Os bilhetes já deveriam ser comprados. Mesmo sabendo que não iam honrar com os compromissos, continuaram vendendo pacotes”, disse a promotora, na época.

Na época, o casal explicou que estava há 13 anos no mercado e que nunca teve a intenção de aplicar golpes nos clientes. Durante depoimento prestado à Polícia Civil, eles alegaram inexperiência com administração de empresas. O casal responde ao processo em liberdade.

O documento prevê o pagamento à vista, em julho, para todos os clientes que tiverem até R$ 4 mil reais pra receber. Acima deste valor, a dívida será parcelada em até 36 meses.

 

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