
O valor do aluguel segue como uma das principais preocupações dos brasileiros. Apesar da desaceleração do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) em março, que registrou variação de 0,34% em relação a fevereiro, o acumulado dos últimos 12 meses atingiu 8,58%. Esse percentual impacta diretamente os contratos de locação vinculados ao índice, aumentando os custos para muitos inquilinos.
Para quem tem contratos atrelados ao IGP-M, o reajuste pode pesar significativamente no orçamento. Um aluguel de R$ 1.500, por exemplo, passará para aproximadamente R$ 1.628,70 em abril, um aumento de R$ 128,70 por mês.
O aumento se refletiu no cenário imobiliário anapolino, e inquilinos como Dilma Marcelino de Oliveira, moradora do bairro Itamaraty, já sente o peso dos aumentos sucessivos. “A dona da casa já me avisou que meu aluguel vai aumentar no próximo mês de R$ 1.000 pra R$ 1.200”, lamenta. A situação ficou insustentável, e ela precisou buscar uma alternativa. “Nesse valor fica mais difícil pagar o aluguel agora, mas encontrei uma opção mais barata, por R$ 800,00.”
Igor Pierre, morador do bairro Jaiara, também relatou um reajuste no valor do aluguel da antiga residência em que morava, entretanto, o aumento foi baseado na valorização do imóvel após uma reforma do proprietário. “Na verdade, eu acabei de mudar de casa porque o aluguel teve um aumento, mas foi por conta de uma reforma que o dono fez. Não queria pagar mais, então resolvi procurar outra opção”, conta.
Segundo ele, a decisão foi estratégica. “Eu não tentei negociar com o proprietário porque sabia que poderia encontrar outra casa parecida e com um preço melhor. E foi exatamente o que aconteceu”, explica. A oferta de imóveis na Jaiara ajudou na escolha. “Tem muitas opções de casas para alugar, então não foi difícil encontrar outra no mesmo bairro com o mesmo preço que eu pagava.
Caso oposto
Já Deuzuita Celestina de Oliveira, que mora na Vila Formosa, vive uma situação diferente. Seu aluguel não sofreu reajustes nos últimos anos, o que a fez se sentir mais segura. “Moramos neste imóvel há muitos anos e nunca houve reajuste”, afirma. No entanto, ela não descarta a possibilidade de negociação caso isso aconteça. “Vou tentar uma negociação. Pelo fato de não ter acontecido nenhum reajuste nos últimos anos, posso considerar o fato de continuar no imóvel”, afirmou.
O IGP-M, tradicionalmente utilizado para reajustar contratos de locação, considera a variação de preços de bens e serviços, além de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, sua oscilação pode ser diferente da inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que tem sido adotado em novos contratos após a pandemia.
Mesmo com a desaceleração de março, o índice ainda acumula uma alta significativa, o que influencia diretamente os valores pagos pelos inquilinos. A recomendação para quem enfrenta dificuldades é negociar diretamente com o proprietário ou buscar alternativas no mercado imobiliário, como fez Igor Pierre.
Com DM Anápolis/Edição-Goiás Em Tempo