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País pobre e pró-europeu, Bulgária assume presidência rotativa da UE

A Bulgária, que assume a presidência de turno da União Europeia (UE) em 1º de janeiro, busca construir pontes entre o leste e o oeste da Europa, assim como entre Ancara e Bruxelas, para forjar compromissos em questões delicadas, como a política migratória.

Criticado por sua ineficácia perante a corrupção endêmica, o país mais pobre da UE também conta com que os seis meses de sua primeira presidência do Conselho da UE ajudarão a melhorar sua imagem.

A Bulgária quer convencer que finalmente é digna de fazer parte do espaço Schengen de livre-circulação e, mais adiante, da zona euro.

O primeiro-ministro Boiko Borísov, de centro-direita, conseguiu dar certa estabilidade a este país do leste da Europa, com 7,1 milhões de habitantes e uma historia política agitada desde a queda do comunismo.

A Bulgária não se opõe à política europeia de realocação de refugiados na UE, embora no âmbito político abundem os discursos de medo, ou de rejeição à imigração.

É um dos poucos países ex-comunistas da UE que valorizam os fundos europeus, que lhe garantem 66% de seu crescimento desde 2007, quando entrou na UE, considera um diplomata europeu em Sófia.

Graças a essa atitude conciliadora, o governo de Borisov se vê como mediador para os temas mais espinhosos.

No contexto do Brexit, a provável redução do orçamento da União a partir de 2020 preocupa especialmente os países do leste, grandes beneficiários dos fundos europeus.

Os dirigentes europeus esperam desbloquear antes de junho a reforma do asilo mediante uma modificação do regulamento de Dublin, que faz a responsabilidade do tratamento de uma solicitação de asilo recair sobre os países de entrada dos imigrantes na UE. Esse grupo sofre uma carga excessiva em momentos de crise.

Borisov também busca uma melhora das relações entre UE e Turquia, país com o qual a Bulgária compartilha 259 quilômetros de fronteira terrestre. A principal preocupação é a manutenção do acordo migratório alcançado em março de 2016, que permitiu reduzir o fluxo de solicitantes de asilo do Oriente Médio para a UE.

A agenda vai estar completa, já que 2018 é o último ano completo de mandato da Comissão antes das eleições europeias de 2019, lembra o representante do Executivo europeu na Bulgária, Ognian Zlatev.

Sobre a mesa estarão o orçamento comunitário após 2020, o projeto de reforma da zona euro, a cooperação reforçada em termos de defesa e a reforma das instituições europeias após o Brexit, entre outras temas.

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