Justiça

STF rejeita recurso e mantém desbloqueio de bens de empreiteira envolvida na Lava Jato

A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou, por maioria, um recurso do MPF (Ministério Público Federal) que contestava o encerramento da ação contra a construtora Queiroz Galvão, que tramita na Justiça Federal de Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato. Foi mantido o desbloqueio dos bens da empreiteira. O julgamento do recurso foi retomado nesta terça-feira (5) após pedido de vista — mais tempo para análise — do ministro André Mendonça. O placar pela rejeição foi de 4 a 1.A única divergência foi do ministro Edson Fachin.

A empresa é acusada de pagar propina ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) com o objetivo de barrar o andamento da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, criada em 2009 para apurar irregularidades na estatal. No entanto, a Segunda Turma do STF rejeitou a denúncia contra o deputado por falta de provas, tanto no âmbito criminal quanto na ação de improbidade.

Após o arquivamento das ações contra Eduardo da Fonte, a empresa recorreu ao Supremo, questionando a continuidade do processo contra ela. O ministro Gilmar Mendes acatou os argumentos e, em 2023, determinou o encerramento da ação de improbidade. Para ele, não havia sentido em manter a acusação contra a empresa se o processo contra o suposto favorecido já havia sido arquivado. Na mesma decisão, Gilmar mandou desbloquear os bens da construtora e autorizou o pagamento de precatórios no valor de R$ 163,5 milhões. https://www.youtube.com/watch?v=CJtiN_B8qEM Segundo o ministro, os recursos eram lícitos, a empresa tem patrimônio suficiente para responder a uma eventual condenação e os valores estavam bloqueados há mais de oito anos, o que, segundo ele, fere o devido processo legal.

O Ministério Público Federal recorreu da decisão. Em junho de 2024, Gilmar votou para manter o encerramento da ação e o desbloqueio dos bens, decisão que foi referendada pela Segunda Turma nesta terça.

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