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Justiça nega medida protetiva a mulher agredida pelo ex-companheiro em Anápolis

Empresária de Anápolis alega ter sofrido, além da violência física, violência patrimonial, já que o ex-marido tenta reter seus bens

A Justiça negou medida protetiva a Mayana Ferreira, de 28 anos, que foi agredida pelo ex-marido. O ato de violência – que incluiu empurrões e ameaças de morte com um martelo – teria ocorrido na última quarta-feira (12), em Anápolis. O caso gerou repercussão nas redes sociais. O homem ainda é acusado por Mayana de ter tentado atear fogo em R$ 130 mil que estavam no cofre de uma loja da qual ela é proprietária.

Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram (assista abaixo), na noite de quinta-feira (13), Mayana diz sentir-se injustiçada após sofrer vários empurrões e ameaças com um martelo. “Eu jurava que fazendo tudo certinho, corpo de delito, pedido… alguma coisa seria feita”. Na legenda, ela acrescenta: “Peço que me ajudem, serei obrigada a conviver com meu agressor pelo meu sustento”.

Segundo os advogados de Mayana, Daniel Louredo e Gilmar Cândido, o juiz não concedeu a medida protetiva sob alegação de que se trata de uma briga patrimonial e que, portanto, o assunto deve ser resolvido no âmbito da Vara Cível, na área de litígios empresariais. A defesa de Mayana recorreu da decisão. “Ele não pode ficar próximo da Mayana na empresa que é dela. Então até que a questão patrimonial seja resolvida, ele tem que ficar afastado, já que é uma pessoa bastante agressiva”, reiterou Daniel.

Na decisão, o juiz José de Bessa Carvalho Filho alega “falta de motivação de gênero” e que “a suposta violência empregada pelo suspeito em desfavor da vítima decorreu tão somente de desavenças oriundas do estabelecimento empresarial que ambos possuem em conjunto”.

Agressões

Segundo Mayana, ela e o suspeito de agressão mantiveram um relacionamento por alguns anos. Em 2018, o então companheiro teria pedido que ela assinasse um documento reconhecendo a união estável do casal. “Como a Mayana tem crescido muito no seu ramo, ela começou a expandir seu negócio, então ele (ex-marido) quis que ela assinasse esse documento por meio de pressão psicológica. Ela acabou assinando, reconhecendo a união estável e passando 50% de seu patrimônio para ele”, explicou o advogado.

Mayana disse ainda que essa não foi a primeira vez que foi agredida pelo ex-companheiro e desabafou: “É por isso que morrem muitas mulheres no Brasil. Eu não tenho escolha, como vou trabalhar, se a pessoa está lá? A pessoa que agride está lá solta, e eu aqui presa, sem poder trabalhar na minha própria loja”.

Após a agressão, Mayana acionou a polícia e foi atendida por uma equipe da Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar. A seguir, foi conduzida à Delegacia da Mulher, onde assinou um Boletim de Ocorrência (BO). O caso foi encaminhado para o Ministério Público, onde a promotora de Justiça Carla Brant Roriz deferiu o pedido de medida protetiva à vítima.

A reportagem tentou contato com a defesa do suspeito, mas não obteve sucesso. O espaço está aberto para manifestação.

Com Agência de Notícias/

 

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