Manchete
Justiça garante atendimento domiciliar a jovem que teve reação ao cheirar pimenta

A jovem Thaís Medeiros de Oliveira, de 27 anos, vítima de uma reação alérgica grave ao cheirar pimenta em 2023, vai iniciar na próxima semana o tratamento em casa, em regime de home care, após decisão judicial. A família confirmou que o valor de R$ 156.074,88 já foi transferido na quinta-feira (21) para a empresa responsável pela assistência. O recurso é suficiente para custear seis meses de atendimento com equipe multidisciplinar.
De acordo com o padrasto da jovem, Sérgio Alves, a liberação marca o fim de uma longa espera. “Fico muito feliz, porque há quase dois anos que a gente estava na luta para conquistar esse serviço e esse serviço nunca saía, mas agora é fato, é realidade. A gente ficou muito feliz com o serviço, porque isso vai nos ajudar muito”, declarou ao O Popular.
A decisão foi tomada pela 2ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária de Goiás, após a Prefeitura de Goiânia não cumprir acordo judicial anterior. O bloqueio do valor nos cofres municipais já havia sido determinado, mas só foi efetivado após definição da empresa responsável pelo atendimento. A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou, no entanto, que não foi notificada sobre a decisão.
Thaís deixou de precisar de internações hospitalares há sete meses, mas a saúde dos pulmões continua sendo o principal ponto de atenção. Ela já enfrentou episódios recentes de pneumonia e outras infecções, além de sequelas neurológicas que limitam seus movimentos e fala.
A trancista chegou a comemorar, junto à família, a conquista de um pequeno avanço: conseguiu sustentar a cabeça sozinha pela primeira vez desde o acidente. “Ela tem uma certa consciência, mas a gente não sabe até que ponto. Ela chora, sorri e até gira os olhos para o lado da conversa”, contou Sérgio.
O episódio ocorreu em 17 de fevereiro de 2023, em Anápolis, quando Thaís inalou pimenta em conserva e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela foi internada por mais de 260 dias e diagnosticada com lesão cerebral permanente por falta de oxigenação. Desde então, sobrevive com cuidados contínuos, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia e alimentação especial.
As despesas mensais da família giram em torno de R$ 16 mil, cobrindo medicamentos, fraldas e assistência 24 horas. Apesar de já ter recebido apoio por meio de doações, a família afirma que a decisão judicial representa uma garantia concreta para manter o tratamento.




