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Homem que impermeabilizou sofá que levou à morte casal e bebê em Valparaíso se torna réu

Denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) contra Renan Lima Vieira pelo crime de incêndio culposo (sem intenção) que resultou na morte de um casal e seu bebê em Valparaíso de Goiás foi recebida pela Justiça nesta quarta-feira (12/3), tornando o acusado réu no processo.

Na peça acusatória, a promotora de Justiça Marina Mello de Lima Almeida, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Valparaíso de Goiás, relata que o réu foi o responsável por fazer a impermeabilização do sofá no apartamento do casal Graciane Rosa de Oliveira e Luiz Evaldo Lima no Condomínio Residencial Parque das Árvores, naquela cidade. Laudos juntados ao processo demonstraram que o produto utilizado para impermeabilizar o sofá causou o começo do incêndio entre a sala e a cozinha, ocorrido no dia 27 de agosto do ano passado.

Além de Graciane e Luiz Evaldo, foi vítima fatal do incêndio o filho deles, de 23 dias, Leonardo Oliveira de Lima. O cachorro da família também morreu, enquanto a mãe de Graciane, Maria das Graças Oliveira, sofreu ferimentos graves.

Na denúncia, o MP destaca que as investigações indicaram que o profissional autônomo agiu de maneira negligente e com descuido ao manusear um produto solvente e tóxico no serviço sem orientar os moradores e sem seguir os procedimentos exigidos na embalagem do produto. Conforme salientado na peça acusatória, as orientações da embalagem indicavam que o impermeabilizante é altamente inflamável, especialmente durante a etapa de secagem, havendo o alerta de que jamais deveria ser vaporizado em recinto pequeno fechado.

Outra advertência é em relação a não ter nenhum tipo de faísca ou fonte de calor no local da aplicação ou próximo. Conforme o MP, isso não foi seguido no caso e não foi alertado às vítimas, já que a mãe de Graciane acendeu o fogão para preparar o almoço quando o produto estava sendo aplicado.

Quando o incêndio começou, detalha a peça acusatória, o acusado e a mãe de Graciane conseguiram sair rapidamente do local, mas o casal e o bebê ficaram presos no quarto. Encurralados pelo fogo, eles tentaram se proteger na ventilação da janela, mas acabaram caindo do 7º andar do prédio.

A promotora ressalta na denúncia que, em depoimento, o réu afirmou não ter conferido o produto antes de aplicar, “confirmando a constatação de negligência e imperícia que causou o incêndio”. Ela também relata que Renan fazia as atividades de higienização e impermeabilização de sofás de forma esporádica e sem habilidade/capacidade técnica. No caso em questão, ele realizou o serviço por conhecer Graciane há longo tempo, tendo se prontificado a fazer o serviço.

A denúncia do MP foi recebida pelo juiz Gustavo Costa Borges, da 2ª Vara Criminal de Valparaíso de Goiás. Renan Lima vai responder pelo crime de incêndio culposo por quatro vezes.

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