
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), tem ganhado destaque na imprensa nacional como pré-candidato à Presidência da República em 2026. O governador mais bem avaliado do país, segundo as pesquisas Paraná e AtlasIntel, aparece com 37,8% das intenções de voto em uma hipotética disputa presidencial. O levantamento foi feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 6 e 10 de dezembro de 2023.
Eleito presidente do Consórcio Brasil Central, Ronaldo Caiado enfatizou a integração das forças de segurança em Goiás e o trabalho da Polícia Penal no controle do cárcere como motivos de sucesso para redução da criminalidade no estado. Um dos principais críticos à reforma tributária, o governador também se posiciona contra o uso de câmeras em uniformes de policiais e contra a tentativa de criar um Conselho Nacional das Polícias.
Em entrevista ao jornal O Globo, Caiado disse não acreditar que o União Brasil vai caminhar com o presidente Lula em 2026. “Eu sou extremamente respeitoso em relação às decisões pessoais do ex-presidente Bolsonaro, mas não posso negar a importância do apoio dele na campanha. Trabalharei, sim, para ter o apoio dele à minha candidatura. Eu preciso é fazer por onde merecer este apoio”, afirmou.
Na Esplanada, o União Brasil ocupa 3 ministérios: Turismo (Celso Sabino), Comunicações (Juscelino Filho) e Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes), que não é filiado ao partido, mas foi indicação do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) dentro da cota partidária. Apesar de “caminhar ao lado do governo nos projetos de interesse do país”, o partido não deve apoiar o presidente Lula em uma possível tentativa de reeleição.
Caiado lembrou os valores apresentados desde a campanha de 1989, quando já defendia a propriedade privada e os valores conservadores. Na pré-corrida eleitoral, ele aparece como um dos principais candidatos para representar a parcela conservadora da população brasileira. Ao seu lado, nos bastidores, surgem outros nomes, como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo). Ciro Gomes (PDT) disse recentemente em entrevista que não vai se candidatar novamente.
Sem nenhum nome forte na esquerda até o momento, Caiado pode alcançar tanto o eleitorado “de direita” quanto os ‘de centro”, além de poder abocanhar também boa parte dos indecisos, considerando que o governador se define como “centro-direita”.
Isso porque, apesar do avanço das políticas progressistas, o Brasil ainda se define como um país conservador. Nada menos que 56% dos pais brasileiros consideram normal que crianças que passam dos limites apanhem (42% discordam). Na opinião de 41%, a escola não é local apropriado para debater sexualidade com adolescentes (56% acham que é). Gays e lésbicas se beijando em público incomodam 46% (48% não veem problema). Para 73%, o aborto não deveria ser legal. E 67% são contra a legalização de cassinos e jogos de apostas. Os dados foram relevados pela pesquisa da Quaest, que ouviu 2.016 brasileiros.
Vantagens de Caiado nesta corrida presidencial

A estreia de Caiado em uma disputa presidencial ocorreu em 1989, na primeira eleição presidencial direta depois do fim da ditadura militar. Então presidente da poderosa União Democrática Ruralista (UDR) e com apenas 40 anos de idade, ele chegou em nono lugar (0,72% dos votos) em uma disputa que tinha nada menos que 22 presidenciáveis. O eleito foi Fernando Collor, que derrotou Lula no segundo turno.
Segundo o Paraná Pesquisas, 81,4% do eleitorado goiano aprova a gestão de Caiado, enquanto 13,6% a desaprova e 4,9% não soube ou não quis avaliar. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aparece em 10° lugar com 57%, e Romeu Zema na 20° posição, com 47% de aprovação. Para garantir representatividade, os eleitores foram estratificados por gênero, faixa etária, nível educacional, nível de renda, região e comportamento eleitoral. A margem de erro varia entre 1% e 5%.




