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Atirador de Parkland é acusado formalmente um mês após massacre

Nikolas Cruz se apresenta pela primeira vez à Justiça em 15 de fevereiro na cidade de Fort Lauderdale (Flórida), em imagem de monitores dos tribunais do condado de Broward

O autor confesso do massacre de Parkland, na Flórida (sudeste dos EUA), foi acusado formalmente nesta quarta-feira (14) em um tribunal do condado de Broward (ao qual pertence a localidade) de 17 acusações de homicídio premeditado e 17 de tentativa de homicídio.

As acusações se referem aos 17 mortos e 17 feridos no ataque a tiros que Nikolas Cruz, de 19 anos, executou com um fuzil semiautomático em 14 de fevereiro.

Cruz, ex-aluno do colégio, não respondeu à leitura das 34 acusações.

O jovem, que se apresentou ao tribunal de Fort Lauderdale (ao norte de Miami), cercado de uns vinte policiais e algemado nas mãos e nos pés, não deu uma palavra sequer e olhou para o chão durante a curta audiência.

Após ter confessado ter sido o autor do massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, os advogados de Cruz disseram que seu cliente não responderia às acusações.

Por este motivo, a juíza Elizabeth Scherer apresentou uma declaração de inocência em seu nome, seguindo um rito do sistema judicial da Flórida, segundo o qual o acusado deve se declarar culpado ou inocente na leitura das acusações.

Um funcionário próximo ao caso explicou que esta declaração está vinculada ao fato de a Promotoria ter informado na terça-feira que pedirá a pena de morte para Cruz.

Seus advogados tentarão provar que o acusado sofre de severos transtornos mentais e teve uma infância difícil, após perder os pais biológicos e os pais adotivos depois.

A defesa de Cruz pedirá à corte que, no lugar da pena capital, o condene a penas consecutivas de prisão perpétua.

Alguns familiares das vítimas compareceram à corte, entre eles o pai de Anthony Borges, Royer Borges, que está processando o condado de Broward, a delegacia e a superintendência escolar por não ter conseguido proteger os estudantes. Anthony, de 15 anos, levou cinco tiros, mas se recupera em um hospital.

A recuperação do meu filho vai bem, com muita dor porque levou cinco tiros, disse Borges a jornalistas após a audiência, acrescentando que compareceu ao tribunal porque quer que a comunidade entenda que há uma falha grande que está permitindo que isto ocorra.

A juíza Scherer marcou uma audiência para 11 de abril para avaliar a situação financeira de Cruz e determinar se pode ou não pagar a própria defesa. O julgamento por homicídio pode começar em maio.

Nesta quarta-feira, quando o massacre completa um mês, estudantes de todo o país saíram das escolas para exigir à classe política que restrinja o acesso às armas.

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