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Deneuve e outras mulheres defendem liberdade dos homens de importunar

Um coletivo de mulheres, entre elas a atriz francesa Catherine Deneuve, publicou um artigo de opinião nesta terça-feira na França para defender a liberdade dos homens de importunar e de se opor à campanha de denúncias que surgiu após o escândalo Weinstein.

O estupro é um crime. Mas cortejar de forma insistente ou desajeitada não é um delito, assim como o galanteio não é uma agressão machista, afirmam no jornal Le Monde uma centena de atrizes, escritoras, pesquisadoras e jornalistas.

Essas mulheres rejeitam o puritanismo que segundo elas se instalou após as acusações de assédio e agressão sexual contra o produtor de cinema americano Harvey Weinstein.

Consideram, ainda, legítima a conscientização sobre a violência sexual exercida contra as mulheres, sobretudo no âmbito profissional. Mas, afirmam, esta libertação do discurso se transforma hoje no contrário: somos intimadas a falar como se deve, a silenciar o que irrita, e aqueles que se recusam a cumprir tais injunções são considerados traidores, cúmplices!

Há homens que foram sancionados no exercício de sua profissão, obrigados a se demitir, quando seu único erro foi ter tocado um joelho, tentado ganhar um beijo, falar de coisas íntimas durante um jantar profissional, ou ter enviado mensagens de conotação sexual a uma mulher que não sentia uma atração recíproca, asseguram, falando de uma onda purificadora.

Enquanto mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo, afirma o coletivo, acrescentando que defende uma liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual.

Em março passado, Deneuve, de 74 anos, gerou polêmica ao defender na televisão o cineasta Roman Polanski, acusado de ter estuprado uma menor há mais de 40 anos nos Estados Unidos.

O artigo, assinado por uma centena de mulheres, provocou reações imediatas.

Em um tuíte, a ex-ministra francesa dos Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, lamentou esta estranha angústia de deixar de existir sem o olhar e o desejo dos homens, que leva mulheres inteligentes a escrever enormes estupidezes.

Este é um artigo para defender o direito de agredir sexualmente as mulheres e para insultar as feministas, denunciou a ativista Caroline de Hass.

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