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Prefeito de Anápolis não descarta romper com a Urban, mas diz entender déficit da empresa

Prefeito também fala em negociação com Estado e vê próxima isenção do ICMS do diesel

O prefeito Márcio Corrêa (PL) voltou a considerar um rompimento de contrato com a Urban, empresa operadora do transporte coletivo no município. Questionado pelo DM se o assunto estava na mesa, Corrêa afirmou que este é “um caminho quando uma das partes não está atendida”.

Veículos de imprensa já haviam divulgado, após a deflagração de uma paralisação de motoristas do transporte coletivo, no dia 30 de junho, que o prefeito contemplava a possibilidade. O contrato com a concessionária, que venceu concorrência pública em 2015, na gestão de João Gomes, vai até 2030.

Apesar de tratar o distrato como um caminho, Corrêa pondera e afirma que entende existir um déficit no sistema. A Urban, inclusive, menciona de formam contumaz o desequilíbrio financeiro como um dos fatores que impedem melhorias no sistema.

“A parceria é benéfica quando as duas partes estão satisfeitas. Quando uma ou outra não está atendida, o caminho é tentar, de forma administrativa, ter uma melhoria na relação ou rompimento do contrato. É um caminho. Estamos tranquilos se necessário for, mas a gente também entende o déficit do transporte e temos buscado a força do governo do estado, que tem o modelo e nós já temos todo o projeto, com miniterminais em bairros”, disse.

O prefeito revelou que a empresa pede um subsídio de R$ 2,5 milhões por mês pela saúde do sistema. No entanto, segundo Corrêa, o município não tem “capacidade financeira” para fazer este aporte e cobra melhorias.

“Mesmo se tivesse subsídio, o que vai trazer de melhoria? Pagamos a passagem mais cara do estado”, disse Márcio Corrêa, que em entrevista recente à Rádio São Francisco classificou o serviço como “péssimo”.

O chefe do executivo municipal voltou a depositar as esperanças de melhorias no sistema em apoios dos governos federal e estadual. Corrêa revelou que terá audiência no Ministério das Cidades para tentar obter novos ônibus e mantém conversas regulares no Estado por aporte. A nível estadual, conta, pode estar próxima a isenção do ICMS sobre o diesel para o transporte coletivo.

“Queremos trazer o modelo da Região Metropolitana de Goiânia para Anápolis, onde o Estado concede ICMS do diesel, que inclusive está perto de conseguirmos. Precisamos de 100% da gratuidade dos estudantes e o subsídio financeiro para substituir a frota, aumentar linhas, trazer tecnologia e melhorar o serviço. Até o fim do ano temos de ter uma solução prática. Não dá para protelar”, frisou.

Corrêa também afirmou que tem relação de “diálogo” com a empresa, mas ressaltou: “A Prefeitura não vai assumir compromisso financeiro sem condições ou melhorias” e destacou que a solução virá via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou via governo do estado. Uma outra hipótese, afirmou, é criar um fundo para o transporte irrigado com cobrança de estacionamento.

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