
Depois de muitos rumores de bastidores e a exposição das feridas, os tucanos insatisfeitos com a nomeação de Hélio Lopes para comandar a comissão provisória de Anápolis ficarão no PSDB. Este grupo é liderado pelo ex-prefeito João Gomes, que era o presidente do partido no município até a decisão da executiva estadual de efetuar a troca.
Wesley Silva, um dos nomes que compõem o grupo, confirmou a informação e afirmou que todos – incluindo ele próprio, o suplente de senador Jader Melo, Diácono Max Lânio e Sírio Miguel – não abandonarão o ninho tucano.
“De fato surgiu na gente o desejo de deixar o partido. Mas temos uma folha de serviços. Conversando entre nós e com o Cidadania, entendemos que este não é o momento de tomar nenhuma decisão. Estamos no PSDB e vamos continuar no PSDB”, disse em entrevista à Rádio Manchester.
A decisão, no entanto, não significa assentir com tudo aquilo que vier de decisão de Hélio Lopes. Silva já avisa que haverá cobranças e deixa o recado de que o novo presidente deve dar espaço aos demais pré-candidatos a prefeito, uma vez que o próprio Lopes almeja ser o tucano alçado à corrida no ano que vem.
“Vamos cobrar da nova comissão provisória a formação da chapa de vereador, a condução do processo eleitoral de cinco pré-candidatos a prefeito. Eu, Weslei Silva, sou pré-candidato, João Gomes, Diácono Max Lânio, Jader Melo e também o empresário Michel Roriz, do Cidadania, são pré-candidatos. Queremos que a nova comissão provisória dê as condições que precisamos para a pré-candidatura, tanto para formar a chapa para o legislativo, como também para a federação e pré-candidaturas a prefeito”, frisou.
As demandas vão além da política. De acordo com Wesley Silva, o grupo também quer que a comissão provisória providencie a estrutura necessária para os trabalhos de pré-campanha e campanha. A articulação nos bairros também é outro pedido.
“Todos decidimos que vamos continuar com nosso trabalho e vamos cobrar do presidente da comissão provisória a estrutura para fazer o trabalho. Precisamos de um local para receber pessoas, fazer reuniões, construir uma agenda dos pré-candidatos. Precisamos também ter uma agenda de trabalho nos bairros para formar o projeto do PSDB e do Cidadania e apresentar à população”, disse.
Os tucanos descontentes chegaram a articular uma filiação em massa ao Cidadania, que compõe a federação. Todavia, o desentendimento entre as direções estadual e nacional deu uma reviravolta nos planos. Gilvane Felipe, presidente da comissão provisória goiana, renunciou nesta terça-feira (26) e toda a negociação ruiu, uma vez que Comte Bittencourt, que preside a executiva nacional, já destacou que, em Goiás, as decisões cabem ao PSDB.
Diálogo
Hélio Lopes procurou na semana passada o ex-vereador Sírio Miguel e o ofereceu uma das vice-presidências da comissão anapolina. O convite, contudo, foi negado. O movimento, embora malsucedido, mostrou disposição de diálogo, o que agrada o grupo do ex-prefeito João Gomes.
Segundo Wesley Silva, todos se propõem a conversar no momento certo. “O momento de conversamos e alinharmos em prol desse projeto vai acontecer. O que estamos decidindo agora é a permanência no partido, na federação, e valorizando as candidaturas. O diálogo tem sido isolado, mas vai chegar o momento que faremos a conversa juntos”, afirmou.
Por Lucivan Machado




