A prisão de um suspeito de tráfico de drogas no Paraná pode ajudar a Polícia Civil de Goiás a descobrir novos detalhes sobre o atentado que em 2016 culminou com a morte do prefeito de Itumbiara José Gomes da Rocha, que tinha 58 anos. Autuado após ser flagrado com 85 quilos de maconha em Guaíra, Dyone Garcia Amaral, 36, que é filho do homem que disparou várias vezes contra o carro de som onde estava o prefeito e apoiadores, vinha sendo procurado pela Polícia Civil de Goiás desde a época do crime.
Dyone Garcia foi abordado por policiais civis do Paraná na fronteira do Brasil com o Paraguai no último dia 18, no momento em que levava, dentro de seu carro, cinco quilos de maconha. Na casa dele, em Guaíra, os agentes apreenderam mais 80 quilos do entorpecente. Quando abordado, ele apresentou aos policiais um documento com nome falso, uma vez que, sabia, já tinha um mandado de prisão em aberto, expedido pela Justiça de Goiás.
Dyone Garcia é filho de José Ferreira do Amaral, servidor público municipal que, em 28 de setembro de 2016, disparou vários tiros de pistola contra uma carreata que tinha à frente o então prefeito de Itumbiara José Gomes, candidato à reeleição. Os tiros tiraram a vida do prefeito, do policial militar Vanilson Rodrigues Ferreira, que tinha 36 anos, e feriram também o vice governador à época, José Eliton, e o assessor de comunicação da Prefeitura de Itumbiara, Célio Rezende. José Ferreira, que tinha 56 anos, também foi baleado e morto após disparar mais de 10 vezes contra a comitiva.
Horas após o atentado policiais civis de Itumbiara encontraram, na casa de Dyone Garcia, 85 quilos e maconha. Desde então, ele, que teve contra si um mandado expedido por tráfico de drogas, nunca mais foi mais visto na cidade.
Prefeito José Gomes da Rocha na carreata em que foi morto (Foto: Divulgação)
“Na época nós tínhamos a suspeita de que a arma usada por José Ferreira tinha sido fornecida pelo filho dele, que sumiu sem dar qualquer explicação sobre isso, e também sobre os entorpecentes encontrados em sua residência. Com essa prisão agora, porém, temos a esperança que o Dyone possa trazer novos detalhes sobre o atentado que tirou a vida de duas pessoas, e feriu outras duas”, relatou o delegado regional de Itumbiara, Ricardo Chueire.
Como foi autuado em flagrante por tráfico de drogas no Paraná, ainda não há previsão de quando Dyone será transferido para Goiás. Este pedido, segundo o delegado, tem que ser feito pelo Ministério Público, e endossado pelo Poder Judiciário.
