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Espécies exóticas são retiradas de lagos dos parques de Anápolis

Peixes como tucunaré e tilápia podem causar danos à fauna local, alerta especialista

A Secretaria Municipal de Obras, Meio Ambiente e Serviços Urbanos de Anápolis tem realizado um trabalho para a retirada de espécies exóticas dos lagos dos parques ambientais da cidade. A ação visa, além do bem-estar dos animais, melhorar o ambiente local que sofre com um odor fétido.

No Parque Ambiental Ipiranga, por exemplo, peixes com origem da Amazônia, ou até mesmo da África, como tucunaré e tilápia, respectivamente, já começaram a ser remanejados. Segundo a coordenadora de Fauna da Prefeitura, Elisângela Sobreira, o trabalho é feito sem pressa e com muito cuidado.

“Desde o início do ano estamos realizando esse trabalho de manejo de espécies exóticas dentro do lago do Parque Ipiranga. Dentre eles, tilápia e tucunaré que não fazem parte da fauna silvestre de Goiás. Então, isso vai evitar aquele odor fétido, que o pessoal reclama no parque, devido as tilápias fazerem ninho no fundo do lago”, explicou.

Segundo ela, os exóticos como o tucunaré se alimentam, inclusive, de outras espécies silvestres. Portanto, diz a especialista, foi um erro levar animais de outra fauna para os lagos dos parques.

“Nós estamos corrigindo para evitar a mortalidade dessas espécies silvestres dentro dos lagos dos parques aqui da cidade. Infelizmente elas foram introduzidas pela população que acha bonitinho os peixes, alimentá-los. Mas nós estamos fazendo o bem, cuidando desses animais”, ressaltou Elisângela.

Durante o manejo, de acordo com a coordenadora, foram utilizadas redes ao invés de tarrafas, material considerado ilegal e danoso para o meio ambiente. Ela explica que todo trato com os animais é realizado da maneira correta, de acordo com a legislação e resoluções do Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Além disso, Elisângela destaca que os lagos não estão ligados a rios, são artificiais, portanto, não há problemas em retirar os peixes na época de Piracema, que vai de novembro a fevereiro.

“Estarmos retirando a dedo apenas as espécies exóticas, tudo isso em prol dos animais silvestres, do meio ambiente e para todos nós daqui da cidade. Queremos respirar um ar limpo, sentir um cheirinho bom de natureza e aquele odor é ruim”, reforçou.

Como parte da operação, a Coordenação de Fauna solicitou à diretoria de limpeza a retirada do acúmulo de nutrientes jogados nos lagos. Após a conclusão dessas etapas, espécies nativas do Cerrado devem ser inseridas no local.

“Nós vamos fazer esse controle aos poucos, para evitar o estresse dos animais. No último manejo conseguimos retirar apenas duas tilápias. As que vão chegar são as espécies nativas do estado de Goiás, como piau, lambari, pintado e pirarara. Esses sim a gente vai manter e fazer a compra de outras espécies silvestres para introduzir nos lagos”, projetou Elisângela.

“Ao longo desse processo contamos também com apoio da população para que não alimente os animais, para que não ocorra mais ainda o acúmulo de nutrientes no fundo do lago. A pesca também é proibida e só os servidores da Secretaria de Meio Ambiente podem fazer o manejo dos peixes”, concluiu.

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