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Deputado critica concessão e fala em revisão do contrato com Ecovias

O deputado federal Rubens Otoni (PT) criticou o contrato firmado entre o governo federal e a concessionária Ecovias do Araguaia, responsável pela administração das rodovias BR-153 e BR-414, que cortam Anápolis, além da 080. Em entrevista ao DM Anápolis, o parlamentar classificou o acordo como prejudicial à cidade e defendeu a revisão dos prazos de execução de obras previstas no contrato.
Otoni destacou o caso do trevo do Recanto do Sol, na interseção entre a BR-414 e a BR-153, uma obra aguardada há anos pelos moradores e motoristas que enfrentam congestionamentos diários na região. Segundo ele, o projeto chegou a ter recursos assegurados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no final do governo Dilma Rousseff (PT), mas a concessão da rodovia à iniciativa privada durante a gestão Michel Temer (MDB) alterou os planos e postergou a entrega da obra.
“Esse trevo já estava previsto para ser iniciado com recursos do governo federal. No entanto, com a concessão da rodovia, a empresa assumiu a responsabilidade pela execução, mas dentro de um contrato que estipula um prazo de mais de 25 anos para a entrega. É uma coisa absurda”, afirmou o deputado.
O parlamentar disse estar negociando com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para que os prazos sejam revistos e os trabalhos sejam iniciados com mais celeridade. “Nós vamos cobrar das concessionárias. Elas têm um contrato, mas queremos rever os termos para que essas obras saiam do papel”, declarou.
O problema no trevo do Recanto do Sol é um dos exemplos citados por Otoni sobre a falta de transparência nos contratos de concessão rodoviária firmados nos últimos anos. Para ele, a população de Anápolis não pode esperar décadas para receber melhorias em uma via essencial para a mobilidade e o escoamento de cargas. “A cidade precisa dessa intervenção o quanto antes. Não podemos aceitar um cronograma tão dilatado”, reforçou.
A Ecovias do Araguaia administra um trecho de 850 quilômetros das rodovias BR-153, BR-414 e BR-080, que atravessam Goiás e Tocantins. O contrato firmado prevê uma série de investimentos em infraestrutura ao longo dos anos, incluindo duplicações, melhorias em interseções e implantação de dispositivos de segurança viária. No entanto, segundo Otoni, os prazos estabelecidos são incompatíveis com a demanda da cidade.
O GT entrou em contato com a concessionária e com a ANTT para obter um posicionamento sobre a revisão do contrato, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.
Com DM Anápolis