
Nomes da direita se reuniram em Anápolis, no sábado, 2, para fortalecer a mensagem de que é preciso seguirem unidos para manter em debate a pauta do conservadorismo e, também, buscar resultados positivos nas urnas nas eleições de 2024.
O evento, que abordou o tema “O Futuro da Direita no Brasil”, e foi realizado no Teatro São Francisco, teve as presenças da senadora Damares Alves (Republicanos) e do deputado federal Gustavo Gayer (PL), além do ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL) e do vereador licenciado e subsecretário da SIC, Leandro Ribeiro (PP). O senador Wilder Morais (PL) foi representado pelo presidente municipal do PL, vereador Hélio Araújo.
O prefeito Roberto Naves (PP) esteve no teatro para dar as boas-vindas aos participantes. O debate sobre a união da direita para o pleito do próximo ano começou a ser propagado por Naves desde o início do ano e foi exemplificado mais fortemente em julho, quando o prefeito se aproximou de Vitor Hugo, o convidou para ser um dos pré-candidatos da base, e trouxe o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na cidade, na entrega da Comenda Gomes de Souza Ramos.
O advogado Júlio Cunha, representante do Movimento Proarmas em Goiás, organizador do evento, disse que o objetivo do encontro era também celebrar a vitória do conservadorismo em Anápolis, cidade protagonista desse espectro ideológico no Brasil. “Esse primeiro congresso é para todos da sociedade e vem num momento especial, que antecede as eleições. É um evento para a gente manter acesa a chama da direita na cidade”, afirmou.
Para Júlio, o momento agora é de olhar para o futuro e não levar os extremos à política. “Somos de direita, somos conservadores, precisamos oxigenar a política, pois nosso futuro está nisso aí”, disse o organizador, que também aparece como um dos pré-candidatos a prefeito de Anápolis em 2024.
PROPOSIÇÕES
A senadora Damares afirmou que o futuro da direita é “sair da briga e passar para a fase das proposições”. “Temos excelentes ideias, então vamos gastar nossa energia mostrando-as”. Para a ex-ministra do governo Jair Bolsonaro, o Brasil em curto espaço de tempo irá “pedir a Deus que essa nação vá para a direita de novo”.
“E não vai precisar brigar, isso vai ser natural. Por exemplo: os prefeitos do Nordeste já estão querendo a direita de volta. Porque temos propostas. Então nesse momento o movimento conservador vai ter que começar a falar que sabe o que fazer, e mostrar o que fazer. E a partir daí vão clamar para que a gente volte para os governos municipais, estaduais e o federal. E, claro, nosso foco agora na eleição de 24”, completou a senadora.
Já o ex-deputado Major Vitor disse que o futuro é a aproximação de todos os nomes da direita. “Quanto mais nós nos aproximarmos, discutirmos de maneira aberta e franca, mais forte seremos como direita. Fico feliz de estar aqui. Anápolis é um ícone no que diz respeito à possibilidade de desenvolvimento, o potencial de Anápolis é inesgotável. Tive quase 50 mil votos aqui [para governador]”, ressaltou.
Vitor Hugo esteve no evento para apresentar o Instituto Harpia Brasil, que ele fundou recentemente e hoje preside. Trata-se de uma associação que pretende agir nacionalmente e defender as pautas conservadoras. “Sua missão pode ser resumida em discutir, construir e proteger o Brasil que queremos para as próximas gerações, promovendo os ideais liberais econômicos e os valores e as crenças que nos uniram como Nação através de nossa História”, diz texto de apresentação do instituto enviado à imprensa.

Major Vítor Hugo (PL), Roberto Naves (PP), Damares Alves (Republicanos) e Júlio Cunha (Proarmas)
HISTÓRICO
Leandro Ribeiro defendeu que a bandeira da direita seja mantida de pé, pois é isso que Anápolis deseja, pois historicamente é uma cidade de direita, conservadora, “que respeita a família, que recebe pessoas de fora com muito carinho e que cresce economicamente cada vez mais”.
Questionado se a direita tem conversado sobre um nome para 2024, Leandro, que é um dos pré-candidatos a prefeito da base governista, destacou essa proposta de união ao citar os principais atores do processo. “Temos conversado com o prefeito Roberto Naves, com o governador Ronaldo Caiado, com o vice Daniel Vilela, com o senador Wilder, com o Vitor Hugo, que está aqui, já foi convidado para participar da nossa eleição. O Júlio também se cacifa por tudo que tem feito e pelo resultado das últimas eleições [em 2022]. E temos um entendimento: a direita precisa de união”, disse o subsecretário
Segundo Leandro, os números mostram a pré-disposição de Anápolis em apoiar um nome conservador. “No segundo turno demos 73% dos votos ao presidente Bolsonaro. A gente busca essa união, para convergir e conversar, dialogar, seja PL, PP, União Brasil, Republicanos e outros partidos”, completou. (Com reportagens de Richelson Xavier)
Lançado movimento ‘Invasão Zero’
Fundador e líder nacional da iniciativa, Luiz Uaquim, participou do evento que reuniu conservadores em Anápolis
O evento que tratou do futuro da direita também serviu para o lançamento do Movimento Invasão Zero em Goiás, liderado pelo produtor rural de Anápolis Randerson Aguiar. Ele trouxe à cidade um dos fundadores e líder nacional do movimento, Luiz Uaquim.
Segundo Randerson, a principal ação é a união de todos os produtores, colocando núcleos nas principais cidades, estabelecendo as lideranças e considerando que isso é um trabalho de inteligência, pois “as propriedades não podem ficar vulneráveis”.
“O movimento não acaba com invasões. Não somos o governo federal, não somos a polícia e nem o Ministério Público. Somos a união dos produtores rurais para defender o nosso direito constitucional da propriedade privada”, explicou o líder.
Segundo ele, essa é uma pauta conservadora porque toda civilização que preze pelo estado democrático tem como um dos pilares a liberdade econômica e de propriedade, que é inalienável. “Do governo passado para cá houve uma mudança radical. Em menos de seis meses as coisas mudaram e quando foi lançado o Abril Vermelho, tomamos a decisão de nos unirmos, em defesa do diálogo e do compromisso de que o governo tem que ter respeito com a Constituição”, disse Randerson.




